quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Vamos aceitar o radar?
por Creso de Franco Peixoto - ENGENHEIRO CIVIL, MESTRE EM TRANSPORTES E PROFESSOR DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA (FEI)
O radar, utilizado para controle de velocidade veicular, tem sido objeto de debate e de infindáveis recursos ao longo de sua trajetória brasileira, que dura praticamente 30 anos.
Desconforto social, “coisa” que se esconde atrás da ponte, tira dinheiro do bolso são fáceis releituras de reportagens frequentes nos jornais, reflexos da opinião pública. Muitos subentendem ser despótico aplicar multas ou suspender o direito de dirigir somente porque trafegaram mais rápido.
Os primeiros modelos de radares utilizados no Brasil não tinham câmeras acopladas ou recursos informatizados. Surgiu junto o comércio clandestino de antirradares para salvar motoristas, supondo-se a freagem a tempo. O forte avanço de equipamentos informatizados, no final do século 20, gerou um berço para equipamentos com câmera fotográfica acoplada. Contudo, ainda havia a necessidade de leitura da foto, por um funcionário, atividade repetitiva que podia gerar erro. A câmera com reconhecimento de caracteres elimina este problema. A leitura das placas e a detecção veiculares automáticas fiscalizam o rodízio veicular, excesso de velocidade, avanço de semáforo e até aferem passagem de pedágios.
Trabalhando online com cadastros veiculares, é possível se verificar tributos, como IPVA e cadastro de multas, visando à possível retenção veicular. E este modelo, que está prestes a ser instalado nas rodovias paulistas, até já tem apelido: “dedo-duro”!
Mas o que a sociedade ganha com os radares avançados? Pegamos nossos carros, não planejamos a viagem. Queremos chegar ao destino e rápido. Acreditamos que evitamos obstáculos bastando frear ou desviar. Quanto à velocidade, basta manter a mesma dos outros. Existe um código de relacionamento entre motoristas: aquele que anda acima ou abaixo da velocidade da maioria está errado. Basta tentar cumprir religiosamente o limite de velocidade e perceber a reprovação.
A redução de 10 km/h minimiza em mais de 20% a contabilidade de mortos. O veículo que mais quebra e gera congestionamento frequentemente tem restrições cadastrais. Colocar semáforo reduz acidentes com vítimas em aproximadamente 15%. E pagar IPVA e saber que não se fiscaliza gera sensação de injustiça.O maior problema do radar não é precariedade tecnológica. É falta de compreensão de sua função, de que é realmente importante. Então, qual é o verdadeiro problema?
Conseguir fazer a sociedade entender porque limitar a velocidade. Aprovamos a retirada de produtos vencidos dos supermercados. Precisamos entender que o motorista infrator também expõe a sociedade a risco inaceitável. Para tanto, basta consultar a “data de validade” do limite de velocidade, presente na sinalização, e contar com fiscal imune a propinas ou erros de leitura: os modernos radares. E que os recursos das multas sejam aplicados onde a lei manda: na educação do trânsito.
*artigo publicado no Jornal da Tarde
O radar, utilizado para controle de velocidade veicular, tem sido objeto de debate e de infindáveis recursos ao longo de sua trajetória brasileira, que dura praticamente 30 anos.
Desconforto social, “coisa” que se esconde atrás da ponte, tira dinheiro do bolso são fáceis releituras de reportagens frequentes nos jornais, reflexos da opinião pública. Muitos subentendem ser despótico aplicar multas ou suspender o direito de dirigir somente porque trafegaram mais rápido.
Os primeiros modelos de radares utilizados no Brasil não tinham câmeras acopladas ou recursos informatizados. Surgiu junto o comércio clandestino de antirradares para salvar motoristas, supondo-se a freagem a tempo. O forte avanço de equipamentos informatizados, no final do século 20, gerou um berço para equipamentos com câmera fotográfica acoplada. Contudo, ainda havia a necessidade de leitura da foto, por um funcionário, atividade repetitiva que podia gerar erro. A câmera com reconhecimento de caracteres elimina este problema. A leitura das placas e a detecção veiculares automáticas fiscalizam o rodízio veicular, excesso de velocidade, avanço de semáforo e até aferem passagem de pedágios.
Trabalhando online com cadastros veiculares, é possível se verificar tributos, como IPVA e cadastro de multas, visando à possível retenção veicular. E este modelo, que está prestes a ser instalado nas rodovias paulistas, até já tem apelido: “dedo-duro”!
Mas o que a sociedade ganha com os radares avançados? Pegamos nossos carros, não planejamos a viagem. Queremos chegar ao destino e rápido. Acreditamos que evitamos obstáculos bastando frear ou desviar. Quanto à velocidade, basta manter a mesma dos outros. Existe um código de relacionamento entre motoristas: aquele que anda acima ou abaixo da velocidade da maioria está errado. Basta tentar cumprir religiosamente o limite de velocidade e perceber a reprovação.
A redução de 10 km/h minimiza em mais de 20% a contabilidade de mortos. O veículo que mais quebra e gera congestionamento frequentemente tem restrições cadastrais. Colocar semáforo reduz acidentes com vítimas em aproximadamente 15%. E pagar IPVA e saber que não se fiscaliza gera sensação de injustiça.O maior problema do radar não é precariedade tecnológica. É falta de compreensão de sua função, de que é realmente importante. Então, qual é o verdadeiro problema?
Conseguir fazer a sociedade entender porque limitar a velocidade. Aprovamos a retirada de produtos vencidos dos supermercados. Precisamos entender que o motorista infrator também expõe a sociedade a risco inaceitável. Para tanto, basta consultar a “data de validade” do limite de velocidade, presente na sinalização, e contar com fiscal imune a propinas ou erros de leitura: os modernos radares. E que os recursos das multas sejam aplicados onde a lei manda: na educação do trânsito.
*artigo publicado no Jornal da Tarde
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