domingo, 25 de outubro de 2009

Curitiba - o Centro desvendado

Vista o seu par de tênis e enverede pelas calçadas de petit pavet disposto a conhecer um pouco da história e dos recantos charmosos de Curitiba. Mas se prepare para os humores da capital que tem uma das maiores variações climáticas do país. Em um único dia percorremos o microcentro – compreendido entre a Rua XV e as ladeiras do Largo da Ordem – atrás de joias arquitetônicas, curiosidades desses e de outros tempos e alguns lugares para você sentar, ler o jornal do dia e esperar a chuva passar.

Paço Municipal

Nos tempos em que ficou escondido atrás de um tapume, ele já despertava curiosidade. Hoje, revitalizado, o Paço Municipal continua chamando a atenção de quem passa pela praça Generoso Marques. Há quem ache que ele é ainda a sede de um museu (foi mesmo, entre 1974 e 2002), da Prefeitura (foi até 1969) ou uma igreja... Mas antes de ensaiar um sinal da cruz na frente da porta, experimente subir os degraus e entrar na construção datada de 1916, que virou centro cultural e é administrada pelo Sesc. Por lá, uma biblioteca com títulos escolhidos a dedo por professores e especialistas nas áreas humanas e cultural, sessões gratuitas de cinema às terças e quintas na hora do almoço, mesa de internet com acesso livre, exposição de artes visuais, além de uma programação de bate-papos, palestras e apresentações musicais no Café do Paço (terças e quintas às 18 horas, e domingos às 15 horas). Para o verão, há um projeto de ampliar o café para a área do mercado das flores.

Praça Tiradentes

Agora, não só de ipês amarelos vive a fama da praça Tiradentes. Essa grande central de ônibus da cidade, que abriga também a Catedral Basílica, tem outro foco de interesse: uma vitrine no chão com as descobertas arqueológicas feitas durante as obras de revitalização da mais antiga praça de Curitiba. O principal deles é um conjunto histórico de calçada e canaletas de drenagem da segunda metade do século 19.

Solar do Barão

Visitar a casa de Ildefonso Pereira Correia – o Barão do Serro Azul –, na Rua Carlos Cavalcanti, é como embarcar numa viagem no túnel do tempo. As salas do Solar do Barão guardam as memórias de antigamente e a expressão do que há de mais novo nas artes visuais. Por lá, você pode se deparar com o pessoal que frequenta as oficinas do ateliê de gravura ou gente montando alguma exposição no Museu de Fotografia ou na Gibiteca. O local tem ainda uma loja com os catálogos das exposições, camisetas e gravuras a partir de R$ 50.

Jokers

Quem estava acostumado a passar as noites e madrugadas no Jokers, pode acordar mais cedo. É que o bar agora abre para o almoço com um menu de pratos do dia. Daí emenda para o cafezinho da tarde e o happy hour, com duble drink até às 20 horas, e música ao vivo. Na programação, música celta, blues, samba de raiz e pop rock. Entre as boas pedidas da hora do almoço, todas custando R$ 9,90 (exceto a feijoada, que sai por R$ 15), experimente a posta recheada com molho de vinho.

Lojas Marisa

A Boca Maldita, por si só, é curiosa. Experimente fechar os olhos por alguns segundos quando estiver passando por lá e, com alguma sorte, poderá apreciar o caldeirão sonoro feito de clarinetes, sanfonas, violões e anúncios feitos aos berros. E de olhos bem abertos, confira a arquitetura do edifício Garcez, do Palácio Avenida e a Praça Osório. Duas quadras para adiante, confira a fachada das lojas Marisa – nossa melhor representante da Belle Époque – e, quase em frente à Renner, um sobrado que é o último remanescente do Paranismo – uma tentativa de criar um estilo paranaense na arquitetura, baseado na araucária e nos pinhões.

Secretaria de Estado de Cultura

Outra rota cultural é a dos museus, que vai do Paranaense (Kellers, 289) até a sede da Secretaria de Estado de Cultura (Ébano Pereira, 240). Além de a arquitetura ser belíssima, vale entrar e conhecer a Sala do Artista Popular (que mantém mostras de artesanato), a Casa Andrade Muricy e o auditório Brasílio Itiberê.

Lago da ordem

Atravesse a Cândido de Abreu bem na altura do Memorial da Nossa Senhora da Luz dos Pinhais (olhe para cima e conheça a padroeira da cidade, trazida pelos colonizadores portugueses em 1640) e suba a ladeira do Largo da Ordem. Por ali você pode visitar a Casa da Memória, a Casa Romário Martins, a Igreja da Ordem, o Museu de Arte Sacra ou, ainda, dar um pulinho no Conservatório de MPB – o Solar dos Guimarães – que, além de oficinas de música, promove uma roda de choro todas as quintas, às 17 horas. Na Cinemateca, que fica na Carlos Cavalcanti, 1.174, o cinema domingo é de graça.

Confeitaria das Famílias

E o roteiro gastronômico da Rua XV conta com o tradicionalíssimo Bar Mignon (atrás das mesas com cobertura roxa, que antecederam a arquitetura aramada de Jaime Lerner) e a Confeitaria das Famílias, que até hoje vende as coalhadas da extinta Confeitaria Schafer e roscas espanholas vendidas a quilo.

Aire

Bateu a fome? Atravesse a rua e almoce no Aire (Ébano Pereira, 269). O restaurante mistura a arquitetura tradicional da casa com a decoração e cardápio supercontemporâneos. Destaque para as ilustrações na parede de entrada e no imenso painel atrás do balcão de atendimento.

*com informações publicadas na Gazeta do Povo

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