O maior obstáculo para o consumidor interessado em contratar um empréstimo é a taxa de juros. A tarifa do cheque especial ultrapassa 9% ao mês e a do crédito pessoal beira os 20%. Diante deste cenário, o penhor de joias, popular em meados do século passado, volta a ser uma opção para levantar dinheiro rápido com juros baixos e sem burocracia. A taxa mensal não ultrapassa 2%.
Ainda pouco difundido nas novas gerações, a prática cresce no Brasil. No ano passado, houve um aumento de 6,3% no volume de recursos emprestados por meio do penhor joias na comparação com 2008 – foram emprestados R$ 5,3 bilhões e efetuados 8,5 milhões de contratos em 2009. Como a Caixa Econômica Federal fica com o bem como garantia, a inadimplência é muito baixa, em torno de 0,2%.
Segundo Jorge Pedro de Lima Filho, gerente nacional de aplicação de pessoa física da Caixa, a procura maior se explica pelo impacto da crise financeira e “pelo aumento do [preço do] ouro, o que permite maiores valores de empréstimos”. Lima Filho afirmou ainda que a procura pelo penhor de joias sempre aumenta no primeiro semestre.
- Entre os meses de março e julho o volume de contratação cresce devido ao aumento de despesas do primeiro trimestre do ano, caindo no final do ano em consequência do décimo terceiro.
Caso o cliente não tenha o dinheiro para retirar a joia, ele pode renovar o contrato com o pagamento da taxa de juros proporcional ao número de dias da renovação. Segundo a Caixa, a joia só vai para leilão se não houver pagamento dos juros 30 dias após a última renovação. Se o consumidor resolver renovar o empréstimo dentro deste prazo, haverá cobrança de uma multa correspondente aos juros de mora de 1% ao mês mais os juros dos 30 dias anteriores.
Ranking dos juros
Compare as taxas cobradas nas principais modalidades de crédito para pessoa física*
Modalidade | Variação |
Penhor de joias | de 1,68% a 2,05% ao mês |
Cheque especial | de 1,66% a 9,14% ao mês |
Crédito pessoal | de 0,92% a 19,61% ao mês |
Aquisição de automóveis | 0,46% a 4,34% ao mês |
Aquisição de bens | 0,58% a 7,61% ao mês |
Fonte: Banco Central e Caixa Econômica Federal
* Dados de 5 de fevereiro de 2010
Na comparação entre dezembro do ano passado com o mesmo mês do ano anterior, houve um salto ainda maior que o anual – 12,4%. Segundo a Caixa, foram emprestados R$ 460,9 milhões no último mês de 2009 contra R$ 410,2 milhões em dezembro de 2008.
Lima Filho confirma a tendência de crescimento desta modalidade de empréstimo. Para 2010, a Caixa espera “um crescimento de 18%”. Segundo o gerente, no perfil mais comum de pessoas que procuram o penhor de joias da Caixa, estão mulheres com idade entre 30 e 45 anos.
Outra característica de quem procura esse tipo de empréstimo é a discrição. Os clientes não querem ter que ser identificados porque, geralmente, o empréstimo é feito sem o conhecimento da família.
Cuidados
- Existe decreto lei de 1969 que estabeleceu que o penhor de joias é monopólio da Caixa [Econômica Federal]. Então, a primeira dica é procurar a Caixa, que é tradicional. Depois, valem aqueles cuidados básicos em todos os empréstimos, como solicitar uma projeção dos juros futuros e ler o contrato com cuidado. Vale lembrar que no penhor, além dos juros do empréstimo, existe um bem que fica em poder do banco como garantia.
Se o consumidor tomou o empréstimo e não conseguiu quitar a dívida com a Caixa dentro do prazo, Gianeli recomenda tentar uma renegociação para evitar o leilão. Caso não haja acordo, o melhor é procurar a justiça.
- Se o bem valer até 20 salários mínimos [R$ 10,2 mil], o consumidor pode procurar o Juizado Especial Cível, que é mais veloz. Acima deste valor, é necessário contratar um advogado para entrar com uma ação na justiça comum.
*com informações publicadas no portal www.r7.com
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