quarta-feira, 3 de março de 2010

Metade dos imóveis novos de Curitiba é vendida na planta

Valorização de até 25% e flexibilidade de negociação atraem os consumidores

Em 2009, metade dos imóveis lançados em Curitiba foi vendida na planta, ou seja, as unidades foram comercializadas antes de haver o início da construção. A informação é do presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), Gustavo Selig. Ele conta que em 2003, por exemplo, o índice não passava de 20%. “Hoje, em sua maioria, os empreendimentos são entregues com quase todas as unidades vendidas, quando não, todas. Existe uma tendência de que isto aconteça em todo o Estado”, avalia Selig.

Essa mudança, segundo Selig, se deve a percepção dos compradores sobre a garantia de vantagens na negociação, como por exemplo, a flexibilização das condições de pagamento, além da valorização do imóvel durante o período de construção da obra. Ele afirma que em Curitiba este porcentual varia entre 20% e 25%. “Para muitos, além da conquista da casa própria isso também significa investir em um patrimônio”, comenta.
Além da valorização do imóvel, a compra na planta é vantajosa por conta do preço e forma de pagamento, geralmente com condições especiais quando do lançamento do empreendimento, e pela disponibilidade de uma margem maior de negociação para o comprador.

A facilidade de acesso ao crédito para financiar a construção, a compra do imóvel e os avanços da legislação na área do direito comercial e do consumidor são apontados por Selig como os principais fatores que levaram à superação do medo de comprar na planta. “Um grande avanço neste sentido foi a criação de dispositivos legais que possibilitam a contabilização separada dos empreendimentos e das atividades da empresa, como o patrimônio de afetação. Hoje se a construtora tem um problema, a obra não entra na massa falida da empresa e o cliente tem preferência e garantia no ressarcimento relativo ao valor do bem adquirido, caso a obra não seja entregue como o acordado”, explica.

Visitar a sede da empresa e verificar se o empreendimento em negociação está com a documentação em dia — projeto aprovado pela prefeitura municipal, registro de incorporação e memorial descritivo averbados — também são alguns dos procedimentos indicados pela Ademi-PR para dar mais segurança ao negócio.

O bom momento do mercado imobiliário também está conquistando quem busca a casa própria. “Até um ano atrás, os investidores eram os maiores compradores de imóveis na planta. Hoje, as pessoas que adquirem um imóvel para sua própria moradia estão quase superando os anteriores em número de vendas nesta modalidade”, revela.
Este é o caso dos edifícios residenciais Creta e Apollo, em fase de implantação pela Hestia Construções e Empreendimentos na capital paranaense, nos bairros Água Verde e Seminário, respectivamente.

As vendas do primeiro, que terá 46 unidades, foram iniciadas em julho de 2008 e apenas seis unidades estão disponíveis para comercialização, com valor, em média, de R$ 377 mil. No Apollo, das 22 unidades, apenas uma está disponível. Neste caso, as vendas começaram em outubro de 2008 e os imóveis têm valor médio de R$ 289 mil. Ambos serão entregues até o fim deste ano.


Antes de comprar, investigue grupo
Apesar de a legislação oferecer maior segurança aos consumidores, conforme cita o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), Gustavo Selig, a advogada de Direito do Consumidor Cila Mendes dos Santos, do Procon-PR, orienta sobre a necessidade de uma pesquisa mais ampla para que o consumidor evite surpresas desagradáveis.

“O primeiro ponto a ser verificado pelo consumidor é com relação aos prazos de entrega”, orienta. Cila conta que essa questão pode ser verificada junto ao Procon de cada cidade. Para os casos de empresas que não tenham realizado nenhum investimento anterior, a advogada lembra que é importante que o consumidor faça a consulta no Procon de onde a empresa concentra o maior número de empreendimentos realizados.

Outros órgãos que devem ser avaliadas são o Conselho Regional de Engenharia (Crea) e a Prefeitura. No Crea é possível verificar a legitimidade e idoneidade do profissional que assina a obra. Já na Prefeitura é importante a documentação do imóvel. “Ver se a planta que foi registrada e obteve a licença de construção realmente atende a todos os serviços oferecidos pela proposta do empreendedor”, comenta.

Outros cuidados que o consumidor deve ter, segundo Cila, é com relação aos detalhes do contrato. Devem constar as datas previstas para a entrega das chaves, os valores que devem ser pagos até a entrega, incluindo a data de cada um, as taxas de juros e o tempo de financiamento da obra.

*com informações publicadas no Jornal do Estado

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