Quando chega a hora de comprar um bem de alto valor – um imóvel, principalmente –, várias dúvidas passam pela cabeça do vivente. Ninguém quer ter problemas com atrasos na entrega nem correr o risco de comprometer demais a renda. Que fazer, então?
Recebi na semana passada duas questões de leitores nessa mesma linha. A Christina está em busca de um apartamento, quer comprar na planta, mas deparou-se com várias construtoras de que nunca ouviu falar. “Dá medo, ainda mais que a entrega é só em 2012!”, observa. Já o Aldrin começou agora a pensar em um imóvel, mas está preocupado com o jeito de pagar. “Qual a melhor forma de fazer isso? Apenas economizar? Tentar crédito imobiliário em bancos? Fazer financiamento? Empréstimo? Parcelar?”
Talvez a parte mais complicada seja planejar a aquisição do primeiro imóvel, que é o caso do Aldrin. Nesse capítulo, a situação de cada família é diferente, e pode indicar um caminho distinto para a aquisição. E há controvérsias mesmo entre os especialistas em finanças sobre a melhor forma de fazê-lo. Há quem diga que sempre é melhor pagar à vista (sobre esse ponto de vista, veja a reportagem abaixo, à direita, sobre o lançamento do livro O futuro é agora). Outros admitem que essa é, costumeiramente, a melhor opção, mas que o financiamento imobiliário é uma boa ferramenta porque o valor pode ser alto demais para quem busca o primeiro imóvel. E há quem prescreva sem medo o financiamento, observando que a valorização do imóvel tende a ser superior aos juros. É como pensa o economista Fábio Araújo, da consultoria Brain Inteligência Corporativa. “Em cinco anos, o imóvel pode se valorizar 70%. O bem que você tem em mãos vale muito mais do que você financiou”, explica.
No caso do leitor, Araújo diz que o melhor dos mundos seria comprar um imóvel na planta e continuar morando com os pais por uns dois anos, enquanto o apê está em construção. Dessa forma ele poderia desfrutar de uma parcela mais baixa até a entrega das chaves, e só então encarar o financiamento.
O que nos leva à outra questão, sobre a idoneidade do construtor. É fato que o crescimento do setor de construção civil está mexendo com o mercado. Algumas empresas estão ampliando sua atuação em novas regiões, para aproveitar o bom momento. E vários empreendedores estão entrando nessa área de negócios, de olho no crédito disponível e na demanda em alta. Com isso, como percebeu a Christina, há diversos nomes novos pintando no mercado. Pode mesmo ser difícil saber em quem confiar.
Ainda bem que existe a internet. Ela deve ser o primeiro passo para avaliar a confiabilidade da empresa com quem se pretende fazer negócio. Para começar, recomenda Araújo, é bom visitar o website da própria construtora. “Você pode conhecer lá a história da empresa, saber o que ela já fez, onde atua”, explica. Se a empresa for de capital aberto – essas são as grandes, como Rossi, Gafisa, MRV e PDG Realty, entre outras –, é possível ver suas demonstrações financeiras e seus relatórios de administração. Outro caminho interessante é consultar o site do Procon (www.procon.pr.gov.br) e dar uma olhada no Cadastro de Defesa do Consumidor, que reúne todas as queixas feitas no órgão desde 2004. Araújo aconselha também procurar o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) para saber se a empresa é associada.
*coluna do Franco Iacomini - na Gazeta do Povo
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