domingo, 21 de novembro de 2010

Em SANTOS/SP - Pré-sal vai deixar as férias na Baixada mais caras

O turista que pretende aproveitar as férias na Baixada Santista pode preparar o bolso. O desenvolvimento da região, impulsionado pelo bom momento da economia brasileira e também pelo projeto de exploração do petróleo da camada pré-sal da Bacia de Santos, já leva a uma valorização imobiliária e inflaciona preços de produtos e serviços.

Alugar um apartamento na Baixada custa hoje 20% mais do que no ano passado, calcula o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP). Já para quem sonha em comprar uma casa em Santos, o valor do imóvel está cerca de 30% mais alto do que há quatro anos, estima o Sindicato da Habitação (Secovi).

A valorização imobiliária de Santos, Praia Grande e São Vicente foi semelhante à de São Paulo no mesmo período. Se comparada, porém, com Guarujá e praias do litoral sul – onde os preços continuam estáveis – o mercado da Baixada Santista se destaca.

“Santos, onde muitos dos trabalhadores da Petrobrás ficarão instalados, é a cidade que registra a maior valorização imobiliária em todo o litoral paulista”, afirma José Viana Neto, presidente do Creci-SP. “A disponibilidade de espaços é finita e está esgotada, encarecendo o preço dos terrenos. Além disso, pessoas interessadas em morar na cidade e os turistas disputam hoje os imóveis disponíveis.”

Essa “disputa” já se traduz em números. De acordo com Domingos Oliveira, diretor do Secovi-SP na Baixada Santista, há cinco anos, cerca de 30% dos lançamentos eram vendidos para moradores da região e 70% para quem usaria o imóvel como casa de veraneio. Hoje, a situação se inverteu. Mais de 60% dos compradores querem morar ali, ante 40% que procuram o espaço para lazer.

“Essa é uma tendência que deve se intensificar nos próximos anos, em especial quando os trabalhos da Petrobrás começarem de fato”, analisa.

É fato que o bom momento da economia brasileira tem impulsionado o crescimento de diversas cidades do País, inclusive as litoral paulista. Mas no caso da Baixada Santista, a força extra para o desenvolvimento da região vem especialmente dos novos negócios da Petrobrás.

Estudo realizado por uma consultoria a pedido do governo do Estado de São Paulo projeta que a exploração do pré-sal trará R$ 209 bilhões para a economia local até 2025. Com os empregos (diretos e indiretos) que a petroleira deve criar, a população do litoral paulista crescerá dos 2 milhões atuais para cerca de 2,5 milhões de pessoas.

Os profissionais contratados para trabalhar na cadeia do petróleo são qualificados e receberão bons salários. A estimativa é que os rendimentos médios anuais per capita do litoral passem de R$ 16,5 mil para R$ 25,2 mil até 2025.

Com uma população mais rica e mais numerosa, o custo de vida subirá, afetando não só moradores mas também quem vai ao litoral a passeio. Esse processo já começou. Embora os projetos da Petrobrás ainda não tenham saído do papel, o mercado imobiliário já antecipa os preços do futuro. E os aumentos se estendem para preços de restaurantes, supermercados e até cabeleireiros.

*com informações publicadas no Jornal da Tarde

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