O comitê de política monetária do Banco Central (BC) retoma esta semana sua rotina de reuniões para definir o destino da taxa Selic, o juro básico da economia brasileira. Existe a expectativa de que os juros subam já neste encontro, o primeiro sob o comando do novo presidente do BC, Alexandre Tombini.
Analistas acreditam em uma alta de 0,5 ponto porcentual, com a taxa passando dos atuais 10,75% para 11,25%. E não deve ficar por aí. As apostas são de que novos ajustes virão nos próximos meses e que a Selic fechará o ano em 12,75%. O aperto pode acontecer integralmente no primeiro semestre, embora nem todos concordem com esta previsão.
Independentemente do momento em que esta alta ocorra, se agora ou mais para a frente, ao investidor o que interessa nisso tudo é a tendência dos juros, e esta já está dada: para cima.
O resultado deste movimento é que as aplicações pós-fixadas tornam-se mais atrativas, porque vão acompanhar esta subida da Selic. Com isso, voltam à cena os fundos DI.
Mas antes de correr para este tipo de mercado, o investidor precisa fazer uma boa análise do conjunto de suas aplicações. Em primeiro lugar, deve avaliar a distribuição de seus recursos e se eles estão de acordo com seus objetivos de curto, médio e longo prazos. O fundo DI cabe em uma estratégia de curto a médio prazo – de seis meses a dois anos, por exemplo.
Como este fundo é atrelado à variação da taxa Selic, o ganho nunca será maior que o juro básico. Mas poderá ser menor. E a explicação é simples: mesmo que a carteira do fundo seja composta somente por títulos do governo que rendam exatamente o mesmo que a Selic, deste rendimento bruto será extraída a taxa de administração, que é o pagamento do gestor.
No mercado de renda fixa a regra básica é a seguinte: quanto mais você tem para aplicar, melhor será a remuneração do seu dinheiro. Veja os CDBs (certificados de depósito bancário) por exemplo. Quanto mais dinheiro o cliente for aplicar, maior será a taxa de juros paga pelo banco. Isto ocorre porque, para o banco, os custo administrativo de se emitir um CDB de R$ 5 mil e de R$ 100 mil é o mesmo, então compensa mais captar um volume grande de uma só vez.
Nos fundos, vale a mesma lógica, só que eles são proibidos de cobrar taxas diferentes para aplicações em uma mesma carteira. O que eles fizeram então? Há anos os bancos criaram vários fundos DI, todos iguais, o que muda é a taxa de administração. Aí direcionam o cliente para o fundo A, B ou C de acordo com a quantia que ele tem para aplicar.
Segundo levantamento da Anbima (associação que reúne os fundos de investimento), para aplicações de até R$ 1 mil, a taxa média no mercado está em 3,36%. Com um pouco mais, até R$ 10 mil, este custo cai para 1,64%. Em um grande banco de varejo, o fundo DI que aceita aplicações a partir de R$ 100 cobra taxa de 3,5% ao ano. Para quem investir R$ 5 mil, a taxa cai a 2%. Taxa de 1% só para quem dispuser de pelo menos R$ 40 mil.
O custo faz diferença no bolso do investidor. O rendimento acumulado em janeiro (até dia 14) é de 0,37% para o fundo com aplicação mínima de R$ 40 mil. Já o que aceita R$ 100, rendeu 0,23% no mesmo período, e o de R$ 5 mil deu 0,33%. O segredo é pesquisar.
*com informações publicadas no jornal "O Estado de São Paulo"
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