quarta-feira, 6 de junho de 2012

Caixa amplia prazo para a casa própria

A partir da semana que vem será possível financiar imóveis em até 35 anos – atualmente, o prazo máximo é de 30. Medidas incluem redução de juros

Numa nova investida em seu principal foco de atuação, a Caixa Econômica Federal anunciou ontem uma extensão do prazo de financiamentos imobiliários com recursos da poupança e mais uma rodada de corte das taxas de juros. A partir da próxima segunda-feira, quem quiser empréstimo para adquirir a casa própria poderá fazer o pagamento em até 35 anos e não mais em 30 anos.

Além disso, o consumidor passará a ter juro de 8,85% ao ano mais TR, em lugar dos atuais 9% para imóveis financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) – ou seja, com valor de avaliação até R$ 500 mil. Se o mutuário for cliente ou receber salário pela Caixa, a taxa poderá chegar a 7,8%. Fora do SFH, o consumidor terá um refresco menor, já que os juros passarão de 10% para 9,99% ao ano. Também nesse caso, a variação pode chegar a 8,9% dependendo do relacionamento com a instituição. Todos os porcentuais são acrescidos de Taxa Referencial (TR).


O vice-presidente de governo e habitação da Caixa, José Urbano Duarte, salientou que as mudanças podem proporcionar a compra de um imóvel mais caro pelo consumidor ou a aquisição do mesmo imóvel que imaginava antes, mas com prestações menores, já que o valor das parcelas poderá ser diluído por mais tempo. Hoje, 4% dos empréstimos imobiliários do banco tem o prazo máximo, de 30 anos.
Pelas regras atuais, uma pessoa com renda familiar de R$ 10 mil, por exemplo, pode obter um financiamento de até R$ 267 mil. A partir da próxima semana, esse valor sobe para R$ 280 mil e, se o mutuário receber seu salário pela Caixa, terá um teto de R$ 303 mil. As mudanças (que são consequência da ampliação do prazo) permitirão que o mutuário, caso seja cliente do banco e pegue um empréstimo de R$ 267 mil, passe a pagar uma prestação de R$ 2.604,00 por mês e não os atuais R$ 3 mil.

FGTS

As condições mais atraentes valem para os imóveis de valor mais baixo, que usam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Para estes – que não são afetados pelas medidas anunciadas ontem – as taxas médias são de 6%. Entre os requisitos para acessar os recursos do Fundo estão valor máximo do imóvel de R$ 170 mil, renda familiar de R$ 5,4 mil e não ter imóvel ou financiamento imobiliário em seu nome.

Segundo Urbano Duarte, a Caixa já pediu ao Conselho Curador do FGTS que a extensão do prazo de financiamento de 35 anos também seja aplicado para as operações com dinheiro do Fundo e para os imóveis do Minha Casa Minha Vida. O programa tem restrições de renda e de valor do imóvel, e também não foi incluído nas medidas de ontem.

As medidas anunciadas ontem podem ser entendidas como uma continuação do processo de redução de juros, iniciado em fins de abril justamente pelas instituições financeiras estatais, Caixa e Banco do Brasil. Mas também podem ser interpretadas como uma das medidas do governo para devolver dinamismo à economia brasileira, prejudicada pela crise internacional e pela escassez de crédito no mercado interno. Elas fazem parte do “arsenal de providências” para fazer o país crescer, da qual falou a presidente Dilma Rousseff.

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Construtoras também terão juros menores
Assim como fez para pessoas físicas, a Caixa anunciou ontem redução nas taxas de juros cobradas ao setor da construção civil, como incorporadoras e construtoras. Atualmente, a taxa efetiva praticada no programa Plano Empresa da Construção Civil é de 11,5% ao ano mais TR. A partir de segunda-feira, ela passará a ser de 10,3% ao ano mais TR. Para os clientes com relacionamento na Caixa, a taxa poderá chegar a 9% ao ano.

Os prazos também crescem. O prazo total de financiamento à produção de unidades residenciais com recurso da poupança subirá de 24 meses para 36 meses. A alteração, segundo o vice-presidente de governo e habitação da Caixa, José Urbano Duarte, é para ampliar a participação da Caixa no novo perfil imobiliário brasileiro. “Vou poder financiar empreendimentos maiores. Antes, não podia”, disse. “Hoje há demanda e não queremos deixar de fazer um negócio.”

Para imóveis comerciais, a instituição reduziu os juros efetivos de 14% para 13% ao ano. De acordo com a Caixa, essa taxa poderá chegar a 11% para clientes que têm relacionamento com a instituição. Nos casos de financiamento para construção e/ou aquisição de imóvel próprio com recurso da poupança, a pessoa jurídica, que hoje paga uma taxa efetiva de 13,5% ao ano, a partir das mudanças vai pagar 12,5%. Essa taxa pode chegar a 11,5% ao ano dependendo do grau de relacionamento com a Caixa.

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Números
36 meses é o novo prazo máximo dos financiamentos que a Caixa oferece às construtoras e incorporadoras para a produção de unidades habitacionais. Atualmente, esse prazo é de 24 meses.

Apenas 4% dos empréstimos imobiliários vigentes usam o prazo máximo vigente, que é de 30 anos.

 *com informações publicadas na Gazeta do Povo

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