terça-feira, 20 de outubro de 2009

Greve da Caixa atrasa o sonho da casa própria

A greve dos funcionários da Caixa Econômica Federal, iniciada no dia 24 de setembro, paralisou 70% das operações de compra e venda de imóveis em Curitiba.

Embora não existam números oficiais sobre o assunto, em várias imobiliárias e despachantes consultados pela reportagem do Jornal do Estado, as informações eram de que o compasso era de espera.

Na assessoria da Caixa, em Brasília, as informações são de que, como estão com número reduzido de funcionários, a prioridade nas agências tem sido o atendimento aos clientes e não a elaboração de relatórios de atendimento. Em Curitiba são 51 agências.

“Não temos como saber exatamente quantos processos foram afetados, mas 70% dos financiamentos são feitos pela Caixa e das operações de compra e venda de imóveis novos e usados cerca de 60% a 70% são em forma de financiamento”, disse o superintendente da Rede de franquia imobiliária Apolar, Michel Jean Galiano.

Um outro ponto ressaltado por Galiano refere-se aos custos das certidões, arcadas geralmente por quem está comprando ou vendendo um imóvel. “O mínimo que se gasta são R$ 700 mais o despachante”, conta. Esse é o montante necessário para o pagamento das certidões de um casal, necessárias para a liberação de um financiamento, e que têm validade de um mês.

Adriana Bueno do Amaral, que precisa apenas assinar o contrato de financiamento com a Caixa, disse que ainda não fez as contas. “Não quero perder ainda mais a paciência. Íamos assinar o contrato no dia em que começou a greve, eu e meu marido”, disse. Eles estavam comprando uma casa no Umbará, pela qual já deram R$ 15 mil de entrada. “Além disso, fiz um empréstimo para pagar a papelada e até agora nada da Caixa voltar. Eu já estou até pagando as parcelas do empréstimo, mas ainda sem a minha casa”, desabafa.

Outras imobiliárias foram ouvidas informalmente pela reportagem, como Cilar, Gonzaga, Paranaense e Alcácer. Em todas a reclamação era a mesma a cerca da paralisação.

Nos cartórios de registros de imóveis, a situação deve “aparecer” em 30 dias mais ou menos, segundo as informações do cartorário José Augusto Alves Pinto, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado do Paraná (Anoreg-PR). “Os registros que estão sendo realizados agora são resultados de negócios iniciados há 30, 60 dias mais ou menor”, conta.

Alves Pinto, que tem cartório de registro de imóveis em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), diz que houve uma queda no movimento de seu cartório, mas pequena.

Em Curitiba, segundo a página da Anoreg, há 9 cartórios de registros de imóveis. Em alguns ouvidos pela reportagem a informação era de que a paralisação da Caixa já havia começado a afetar o movimento, com uma redução de cerca de 20%.

* com informações publicadas no Jornal do Estado

Nenhum comentário:

Postar um comentário