sábado, 8 de outubro de 2011

Sonho da casa própria vira pesadelo com paralisação dos bancários

A greve dos bancários transforma em pesadelo o sonho da casa própria de muitos paranaenses.

No ano em que o crédito imobiliário deve alcançar o volume recorde de R$ 5,5 bilhões no Estado, segundo projeção da Caixa Econômica Federal, e que o Minha Casa Minha Vida já beneficiou mais de 45 mil de famílias só no primeiro semestre, a paralisação impede a assinatura de 230 contratos por dia nos 399 municípios do Paraná.

Em nove dias úteis de mobilização dos funcionários das agências, mais de 2 mil empréstimos habitacionais ficaram pendentes de liberação pela Caixa.

Sem contar a impossibilidade de dar entrada em novos processos e retardar a análise dos que já foram protocolados.

A Caixa orienta os interessados em financiamento habitacional a buscar os correspondentes bancários para dar entrada na documentação, mas já avisa que será preciso aguardar pelo fim da greve para formalizar o pedido.

Para os que já encaminharam a documentação, o banco sugere procurar o gerente da agência para saber como está o andamento do processo.

Mas não é o que está ocorrendo na prática. Endy Greycy Klatt espera pela liberação de um documento para poder pegar as chaves da nova casa e começar as reformas. "Estou com a pia, algumas portas, todo meu enxoval e não tenho onde colocar", relata.

E não são só os investidores em imóveis que são penalizados pelo movimento.

De acordo com o despachante imobiliário Vicente Messias Junior, que atua com financiamentos habitacionais de todos os bancos e atende várias imobiliárias, a greve paralisou os processos de compra. "Alguns clientes não conseguem fazer o saque no valor do sinal ou mesmo a transferên cia do valor", afirma.

Outro problema apontado por ele é a dificuldade que alguns clientes enfrentam em conseguir o cheque administrativo, garantia da imobiliária de que a compra será realizada. "Atualmente tenho mais consultas, mas fechamento de negócios propriamente dito não tem sido realizados", revela.

"A greve gera transtornos grandes, de consequências imprevisíveis, por causa dos prazos", avalia Nelson Muller, diretor da Imobiliária OTimóveis, de Curitiba, que tem cerca de 15 negócios empe rrados em virtude da paralisação dos bancários.

Os bancos têm 30 dias para liberar o dinheiro após a assinatura do financiamento. "Tem prazos que já estão esgotados e corremos o risco de vendedores quererem cancelar negócios porque o dinheiro demorou mais que o prazo previsto", preocupa-se.

Nelson cita também que "muitas escrituras de financiamentos bancários estão travadas porque os bancos, se trabalham, é com lentidão e não estão recebendo documentos para abrir novos processos".

Mesmo quem fez transação à vista está sendo afetado. "Quem tem escritura pública marcada pa ra assinar em cartório está impossibilitado porque há necessidade de se dirigir ao banco para emitir uma TED (Transferência Eletrônica Disponível) ou um cheque administrativo", relata.

Um cliente da OTimóveis está impossibilitado de dar prosseguimento à compra de uma casa porque não consegue receber o valor do imóvel vendido. "O dinheiro fica retido/bloqueado e, pela in ternet, ele não consegue fazer a transferência pelo valor", conta a diretora da imobiliária, Miriam Muller.

Segundo ela, o transtorno é ainda maior em virtude da greve dos Correios. "Afeta o recebimento de aluguéis de quem não tem internet, já que o pessoal nem recebe o boleto", detalha.

*com informações publicadas nos portais dos jornais "O Estado do Paraná","Tribuna do Paraná", e no Portal CWB

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