segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Imóvel usado precisa ser bem negociado para não perder dinheiro

Essa é a afirmação preferida de quem atua no mercado imobiliário como investidor.

Porém, do ponto de vista de quem possui um imóvel para morar e, depois de anos no mesmo local, resolve trocar, a impressão é de que o patrimônio só se desvalorizou. Isso ocorre porque, em geral, quem se encontra nessa situação visa adquirir um imóvel no mesmo padrão, só que mais novo.

Como as variáveis que mais influenciam na formação do preço são localização e tempo de construção, se a pessoa insiste em morar na mesma região, em uma metragem equivalente, será necessário desembolsar um valor extra para comprar um imóvel mais novo.

"Aos olhos de quem investe no setor não se perde dinheiro. Basta pegar o histórico de preço do metro quadrado de qualquer localidade para constatar uma valorização bastante acentuada", aponta o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Paraná (Creci-PR), Alfredo Canezin.

"Ao mesmo tempo em que com o passar dos anos o valor do imóvel tem uma depreciação natural, o endereço do imóvel tende a se valorizar pela escassez de áreas na mesma região devido ao desenvolvimento da cidade", acrescenta o diretor-geral da Brasil Brokers Galvão, Gerson Carlos da Silva.

A depreciação por tempo de construção, no entanto, varia bastante e depende do estado de conservação do imóvel.

"A aparência do imóvel e a preocupação permanente com a manutenção são ótimo recursos para quem não quer perder dinheiro à toa na hora de vender", recomenda Silva.

De acordo com Canezin, em média, um imóvel com 15 anos de construção, deprecia entre 25% e 30% na comparação com um lançamento de padrão semelhante.

De 15 a 30 anos, a desvalorização fica entre 30% e 40%.

"É inevitável essa diferença no preço, uma vez que os novos trazem materiais e recursos que os antigos não contavam", explica o presidente do Creci-PR.
Mercado para todos

Ainda que os lançamentos chamem atenção por estarem adaptados às demandas das famílias de hoje, o mercado de imóveis usados responde pela maior parte de transações do setor. "Existe mercado para todos os tipos de imóveis, em função das preferências de cada um. Quem dá preferência pela localização e pelo espaço, acaba indo para um imóvel com mais tempo de construção. Já quem dá preferência pela economia de recursos naturais, como água e energia, ou almeja novos conceitos de moradia, como o condomínio clube, acaba optando pelos lançamentos", analisa Canezin.

Para não encalhar

A depreciação por tempo de construção é inevitável, mas a liquidez de um imóvel é determinada por uma série de fatores. Um preço fora de mercado ou um imóvel incompatível ao padrão da região onde está localizado interferem negativamente no tempo para efetuar a venda.

"Antes de comprar ou construir a pessoa deve se certificar de que aquele investimento terá uma boa liquidez futura. Não dá para fazer uma casa, por exemplo, que fuja completamente ao que o mercado procura, do contrário, a venda será bastante difícil", aconselha Silva.

Como as famílias estão cada vez menores e os integrantes ficam cada vez menos tempo em suas residências, atualmente, são os imóveis pequenos e com importantes áreas de lazer os mais procurados e valorizados. Pelo acompanhamento do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), entidade do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), em outubro, enquanto o tempo médio de vendas dos apartamentos de um dormitório foi de 72 dias, os de três dormitórios levaram 90 dias.

A velocidade de fechamento de negócios para os apartamentos menores se dá mesmo com o preço médio do metro quadrado mais alto. Enquanto nos apartamentos de um dormitório o metro quadrado, em outubro deste ano, valia R$ 2,9 mil, nos apartamentos de três dormitórios, o valor ficou em R$ 2,5 mil.

Outras condicionantes que afugentam futuros compradores são taxas de condomínios muito elevadas e falta de vagas de garagem.

"Nesse aspecto, o imóveis novos levam vantagem já que há várias melhorias nos projetos no que diz respeito ao aproveitamento de luz solar, água de chuva e, principalmente, em recursos de segurança a fim de evitar a necessidade de portaria 24 horas, que encarece bastante o condomínio", enumera Canezin.

*com informações publicadas no site do CRECI/PR

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