terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

CARNAVAL - das origens até o dia de hoje

CARNAVAL - tem suas raízes num ritual agrícola, sua origem vêm de uma tradição de 3 mil (Roma antiga, 1000 a.C.)

Para homenagear Saturno, deus da agricultura, os romanos faziam a Saturnália.

Durante a festa, escolas não abriam, escravos eram soltos e o povo ia às ruas, onde um carro alegórico em forma de navio abria caminho na multidão fantasiada.

Na Idade Média, o Carnaval era chamado de "festa dos loucos".

No Renascimento, ganhou força na Itália, França e Portugal, países onde surgiram o pierrô, a colombina, o confete e a serpentina.

Quem hoje persegue um trio elétrico pode nem desconfiar, mas está perpetuando um ritual de mais de 3000 anos.

Embora hoje o Carnaval faça parte do calendário cristão – marca a despedida dos prazeres mundanos antes do início dos rigores da Quaresma, período de purificação e penitência –, a festa existia muito antes de Cristo.

No início, era um culto agrário com danças e cânticos em comemoração às colheitas.

É possível que essas festas remontem a 10000 a.C., quando a humanidade começou a plantar.

Só no século VII, na Grécia, o Carnaval foi oficializado como festejo à honra de Dionísio, deus do êxtase e do entusiasmo.

A partir daí, os carnavais passaram a incluir orgias sexuais e etílicas – uma característica que chegou ilesa aos dias de hoje.

Essas festas eram tão populares que a Igreja desistiu de combatê-las e, em 590, oficializou a folia na vã tentativa de conter a libertinagem.

A palavra “carnaval” está ligada à tradição cristã de não comer carne no período que precede a paixão de Cristo.

“Carnaval” deriva do latim carnelevamen (tirar a carne) que, depois, modificou-se para carne, vale (adeus carne).

A mistura da tradição européia com os ritmos musicais dos africanos criou no Brasil um dos maiores espetáculos populares do mundo. O Carnaval nasceu no Egito, passou pela Grécia e por Roma, foi adaptado pela Igreja Católica e desembarcou aqui no século XVII, trazido pelos portugueses. Viva a folia!

O entrudo português chegou aqui no século XVII. Os foliões se lambuzavam com cabaças de farinha e bexigas d'água. Durante a Colônia e o Império, o entrudo foi proibido inúmeras vezes. Consta que D. Pedro II gostava de jogar água nos nobres, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro.

O primeiro baile aconteceu em 1840, no Hotel Itália, no Rio, ao som de valsas, quadrilhas e habaneras. Em 1845, os ricos aderiam à polca tcheca e os negros dançavam jongo. Em 1848, o sapateiro português José Nogueira de Azevedo Prates, o Zé Pereira, saiu por aí tocando bumbo. Deu origem aos primeiros blocos de rua.

Os cordões começaram com as sociedades carnavalescas, em 1866. Na Bahia, em 1895, nascia o primeiro afoxé: estava inventada a batucada. Depois da Guerra dos Canudos, em 1897, uma gentarada foi morar no Morro da Saúde, criando a primeira favela do Rio. Ali, na casa da Tia Ciata, foi composto o primeiro samba, em 1917: Pelo Telefone, de Donga.

Era só o começo. Vieram o Rei Momo, os corsos de automóveis das boas famílias (1907-1930), as escolas de samba (1928) e os concursos de fantasia (1936). Em 1935, o desfile das escolas de samba foi legalizado pela Prefeitura do Distrito Federal. Com o rádio, a festa difundiu-se e profissionalizou-se. Com a televisão, virou indústria.

O antropólogo Roberto DaMatta, autor de Carnavais, Malandros e Heróis (Rio, Ed. Zahar, 1979) define a folia como um rito de inversão, que subverte as hierarquias cotidianas: transforma pobres em faraós, ricos em mascarados, homens em mulheres, recato em luxúria. É uma compensação da realidade. Inventamos a batucada para deixar de padecer.



Quatro maneiras de brincar ao ar livre



Com o frevo, os afoxés e os trios elétricos, o negócio é ir para a rua se embolar



O frevo frenético

A palavra vem de fervura e lembra os movimentos acelerados dos foliões. É uma dança de rua e de salão, criada em Recife, nos fins do século XIX. A música, tocada principalmente por metais, é essencialmente rítmica, com compasso binário (de dois tempos) e andamento rápido. Os dançarinos executam coreografias individuais, improvisadas e frenéticas, que exigem animação de sobra e preparo físico mais de sobra ainda.



Tradição da África

Os afoxés são sociedades carnavalescas fundadas por negros, na Bahia, inspiradas nas tradições africanas. O primeiro afoxé nasceu em 1885: era o Embaixada Africana, que desfilou com roupas e adornos importados na África. O segundo, Pândegos da África, surgiu no ano seguinte. Hoje, os principais afoxés da Bahia são Filhos de Gandhi, Ilê Aiyê e Olodum.



Eletricidade musical

Os trios elétricos são palcos motorizados. Montados na carroceria de caminhões e equipados com potentes alto-falantes de até 100 000 watts, desfilam pelas ruas, levando grupos musicais e seguidos pela população. O precursor foi o Trio Elétrico de Dodô e Osmar, na Bahia. Hoje, essa folia eletrificada marca presença em quase todas as ruas do país.



Samba na avenida

As escolas de samba estrearam no Rio de Janeiro, em 1928 e, com o tempo, adquiriram estrutura e orientação empresariais, reunindo até 15 000 integrantes. Hoje, elas comercializam apresentações, direitos autorais e de imagem, sob o patrocínio do Estado e de banqueiros do jogo do bicho. O termo escola de samba surgiu no século XIX, mas foi definitivamente adotado nos anos 30, desde que o bloco Deixa Falar (a primeira de todas) passou a fazer ensaios à porta da antiga Escola Normal.





ISSO TAMBÉM É CARNAVAL



Os confetes chegaram ao Brasil em 1892, jogados em batalhas entre os cordões. As serpentinas substituíram as flores atiradas aos carros alegóricos.



Sob fantasias, o folião tem muito mais liberdade. Elas são usadas no Brasil desde o século XIX. Em 1937, houve o primeiro desfile, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro



O lança-perfume, com perfume e cloreto de etila, foi trazido da França a partir de 1906. Foi proibido em 1960, porque a substância era aspirada como uma droga



Os primeiros blocos foram licenciados pela polícia em 1889, no Rio. Os integrantes percorrem as ruas fantasiados, ao som de instrumentos de percussão
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O Rei Momo foi instituído pelo jornal carioca A Noite, em 1933, como símbolo do Carnaval. O primeiro Rei Momo foi o compositor Silvio Caldas



Nas bandas, cada um vai como pode: não existe uniforme ou regulamento. A primeira surgiu em 1965, em Ipanema, no Rio de Janeiro

*para saber mais, leia a matéria "A Máquina do Samba publicada na Revista Superinteressante

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