terça-feira, 8 de maio de 2012

Saiba como bancos decidem se clientes merecem crédito

Muitos clientes foram nas últimas semanas a bancos públicos e privados em busca de taxas de juros mais baixas em diversas linhas de crédito, mas se decepcionaram.

Em razão dos critérios usados pelas instituições para analisar o perfil de endividamento e o risco de calote de cada cliente, são poucas as pessoas que, de fato, conseguem se beneficiar das menores taxas.


Entre as características dos tomadores de crédito avaliadas pelos bancos estão: salário, idade, empregabilidade, comprometimento da renda com dívidas, volume de investimentos na instituição e histórico de pagamentos (se já passou cheque sem fundos ou atrasou prestações).

O cliente que tem mais de 30% da renda comprometida com dívidas costuma ser visto como de alto risco.

O banco tem modelos estatísticos que analisam, por exemplo, a probabilidade de um cliente que deu cheque sem fundos há dez anos ficar inadimplente hoje. "É uma chance pequena, mas, se ele fez isso há um ano, a probabilidade costuma ser maior", disse Maria Dolores Oliveira, diretora de modelos analíticos da Boa Vista Serviços.

Segundo ela, uma informação bastante importante é se ocorreram diversas consultas de crédito em um período curto -significa que o cliente procurou recursos em diferentes bancos e lojas.

Além disso, a instituição considera quais são as chances reais de o cliente conseguir tratamento melhor na concorrência. Se o cliente recebe o salário em outra instituição ou tem investimentos na concorrência, o banco pode decidir oferecer mais vantagens para retê-lo -se o perfil dele interessar,

Clique na imagem abaixo para ampliar, e entenda melhor a lógica dos bancos na hora da análise para o emprestimo

*com informações publicadas na Folha de São Paulo


Banco público corta juros, mas tem cliente de mais risco

 A CEF tem operações para pessoas físicas com classificação de risco pior que nos concorrentes privados

 Nem bem a corrida pelo aumento do crédito e redução dos juros começou e os bancos públicos já estão em desvantagem.

Pelo menos quanto à classificação dos empréstimos concedidos aos clientes.

Dados do Banco Central mostram que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal têm operações para pessoas físicas com classificação de risco pior que nos concorrentes privados.

Quando um financiamento é realizado, bancos avaliam a transação e atribuem uma nota individual. É parecido com o que as agências de classificação de risco fazem com os países.

Pelos critérios do Banco Central, as avaliações vão de "AA" até "E", a pior entre as seis possíveis.

Nas duas primeiras notas -- "AAA" e "A" -- estão as melhores operações e que têm o menor risco de calote.

A partir de "C", ficam os financiamentos com atraso de 15 dias no pagamento ou risco equivalente. No "E" estão os clientes que não pagam há mais de seis meses.

Por esse critério, bancos particulares têm boa parte dos clientes na melhor faixa, entre o "AAA" e "A": 75,9% dos empréstimos para pessoas físicas recebem essa classificação.

Nos bancos públicos, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, a situação é oposta: a maioria está no grupo entre "B" e "C" "D", faixa que concentra 55% dos financiamentos. Portanto, a fatia dos melhores clientes fica com 45% das operações.

2 comentários:

  1. O sistema que oferece taxas de juros menores aos bons clientes é muito melhor que oferecer taxas médias a todos, penalizando os bons em função dos maus pagadores.

    E o sistema está correto: quem já deixou de pagar suas contas uma vez, quem já passou cheques sem fundos, fará de novo sem pestanejar.

    Os bancos tem que separar o joio do trigo, principalmente os bancos públicos, pois pertencem aos contribuintes e não podem ficar "dando" dinheiro para inadimplentes em potencial.

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  2. Perfeito...

    É simplesmente a lei da oferta e da procura.

    Uma relação do que o cliente tem para oferecer em troca de sua procura por crédito.

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