domingo, 11 de abril de 2010

20 ruas concentram o crime em Curitiba e Região Metropolitana

O PRINCÍPIO

O criminalista David Weisburd (da Uni­ver­­sidade de Jerusalém, ganhador do Prêmio Estocolmo 2010 de criminologia), diz que um pequeno número de ruas concentra um grande número de crimes (com base em taxas de ho­­­mi­­cídio em cidades americanas co­­­mo Jersey City e Minneapolis, Weis­­­burd comprovou que 50% dos crimes ocorrem em apenas 4% da malha urbana).

O criminoso, a exemplo de qualquer cidadão, tende a ficar onde lhe for mais cômodo. Para o pesquisador, somente a cumplicidade entre policiais e a população pode alterar esse quadro.

A REPORTAGEM

A Gazeta cruzou o número de homicídios em Curitiba e região em 2008 e 2009. Foram 3.050 mortes em mil ruas – 557 da capital e 443 na RMC – 20 vias concentram o grosso das ocorrências. O arruamento não é 100% seguro: os registros do IML às vezes substituem o endereço do crime pelo bairro ou hospital do óbito.

A HIPÓTESE

As ruas mais violentas de Curitiba e região metropolitana assim o são porque apresentam problemas de infraestrutura urbana, baixa influência das redes sociais (escolas, igrejas e associações de bairro), ausência de policiamento e de políticas de habitação.

Curitiba Av. Juscelino Kubitscheck e Rua Cid Campelo (CIC); Rua Nicola Pellanda (Pinheirinho/Umbará); Rua Anne Frank (Boqueirão); ruas Maurício Fruet e da Trindade (Cajuru).

Araucária Rua Lótus, Rua das Dálias e Rua das Palmas (bairro Capela Velha; Rua Beija-Flor e Rua Saracura (Jd. Califórnia).

Almirante Tamandaré Rua Alberto Krause (Vila Tanguá); Rua Guilherme Graboski (Jd. Vitória).

Colombo Rua São Gabriel (bairro São Gabriel); Rua das Flores (Jd. Monte Castelo); Rua Padre Domingos Marini e Rua Rafael Francisco Greca (bairro Itajacuru); Rua Carlos Fontoura Falavinha (Jd. Ana Terra).

Piraquara Rua Betonex (bairro Guarituba).

***Ruas tiveram entre 3 e 8 homicídios de 2008 a 2009. Não foram contabilizados homicídios duplos, triplos e chacinas.

TRIBUNA

A palavra de quem estuda a geografia da criminalidade.

- Coronel Roberson Bondaruck, autor de A Prevenção do Crime Através do Desenho Urbano. Em sua opinião, a concentração de delitos em determinadas ruas se dá pela presença de matagais, por exemplo; absorção cultural de pequenos delitos; demarcação de território por traficantes e ausência do poder público. O que pode ser feito? Programas de regularização e integração urbana de áreas irregulares; projetos de iluminação pública e paisagismo; melhoria de áreas degradadas.

- Jaílson de Souza, coordenador geral do Observatório de Favelas. No Rio de Janeiro, 50% dos crimes ocorrem em um espaço circunscrito a 10% da cidade. Para ele, as razões podem ser da falta de efetivo policial a proximi­dade de espaço controla­dos por gru­pos de criminosos. O que pode ser feito? Política de segurança pública não ficar somente nas mãos da polícia, mas envolver – como ocor­­­­­re na saúde e na educação – outras instituições sociais e os cidadãos


Veja os critérios avaliados pela reportagem na visita as 20 ruas com o maior número de homicídios

Para ler a matéria completa, sob o título: Ruas da Amargura, publicada na Gazeta do Povo, clique aqui

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